sábado, 16 de maio de 2009
Nunca antes neste país se estabeleceu um parâmetro ético e moral, às avessas, tão claro como nos últimos anos em relação a nossa classe política (sempre há exceções, graças a Deus!). A frase “Eu não sabia de nada”, síntese desse parâmetro moral, passou a ser usada por todos aqueles que são pegos com “a mão na botija”, afinal se lá em cima ela emplacou, porque outros gestores do dinheiro público não podem utilizá-la para se safar de suas malvadezas?
Esse “jeitinho brasileiro” cujas raízes estão no período colonial onde o Senhor de Engenho dava um jeito em todos os problemas de seus subordinados, agindo como governante, legislador e juiz ao mesmo tempo. Adorava ser convidado para ser padrinho dos filhos de seus empregados os quais o tempo todo tinham que beijar as mãos de seu senhor e compadre.
Sabemos das precárias condições de estradas, hospitais e escolas públicas, mas como sempre, nossos administradores nunca sabem de nada!!! Ministros que gastam além da conta usando seus poderosos cartões corporativos, quando indagados, nunca souberam de nada, e quem deveria fiscalizar, sabe menos ainda!!
Há alguns dias no Senado Federal se descobriu 181 cargos de diretores: “Diretor de embarque de senador”, “Diretor de Garagem”, “Diretor dos Anais do Senado”(???)...É triste ver para onde vai nosso suado dinheiro e vossas excelências, quando questionados, sejam “de direita”, “de esquerda”, “de centro”, simplesmente respondem que NÃO SABEM DE NADA. E assim vai a frase salvando o currículo e a honra de nossos “Senhores de Engenho”.
Não existe mais aquela conversa fiada de “progressistas” (esquerda) X “conservadores” (direita). Hoje ambas passam noites e noites em orgias com o dinheiro público e seus filhos acabam, bem empregados, em uma grande estatal e no final, como sempre, ninguém sabe de nada.

(Texto do autor publicado no Jornal Cidade de Itapetininga)

O mundo parece querer voltar a Idade Média, aquele período da história europeia dominado por reis e senhores feudais, castelos, batalhas sangrentas, intolerância religiosa, pestes. A tal “gripe suína” está diariamente na mídia (ao lado da farra dos deputados e senadores com passagens aéreas e outras “maracutaias”, normais segundo o presidente da república). Até 1889, durante o império, as certidões de óbitos eram assinados por padres devido a ligação entre Estado e Igreja e como os mesmos estavam preparados para explicar a bíblia e não para diagnosticar doenças surgiam algumas situações exóticas quando assinavam esses documentos como as que relaciono abaixo (fonte revista superinteressante) :

DE QUE MORRIAM OS BRASILEIROS?

(ANO NOME CAUSA MORTIS)

1768 MARIA ANTÔNIA alienação dos sentidos

1771 CÔNEGO TOMÉ PINTO † “ subitamente, porque o acharam na cama”

1859 JOÃO † “cãibra no sangue”

1860 JOÃO(ESCRAVO) † “ congestão cerebral”

1860 FRANCISCO ANTONIO cupim nos pés”

1861 MARIA JOANA DAS DORES † “apressadamente”

1862 JOAQUIM DE JESUS † “ataque cerebral”

1868 JOÃO † “marasmo”

Essa tal epidemia de gripe está me deixando preocupado, não é fácil pensar que um dia meus netos e bisnetos dirão aos amiguinhos: “__ Meu avô morreu de GRIPE SUÍNA”. Tudo menos isso, até parece que retornamos ao período do império brasileiro. O presidente Lula disse que a gripe não chegará ao Brasil, como se o timbre potente de sua voz emitido ao discursar dezenas de vezes produzisse uma bolha poderosa que cobrisse todo o Brasil, nos protegendo. Não somos todos ingênuos, nosso país não é uma ilha, isolado do mundo. Isso vale para a Crise Econômica Internacional também.

Mas tudo bem, o presidente às vezes não sabe bem o que fala. “Os caras” mudaram o nome da gripe, agora podemos ficar sossegados e esperar o“influenza A (H1N1)”, melhor que morrer de “marasmo” ou “cupim nos pés”.


Imagem: Sinfrônio Diário do Nordeste (CE) www.chargeonline.com.br
(Texto do autor publicado no Jornal Cidade de Itapetininga, menos a charge)

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Sou professor de história, adoro o Brasil, mas para realmente nos tornarmos uma Nação de Primeiro Mundo precisamos cuidar da saúde e educação da população. Melhorar o nível da classe política é fundamental. O esporte faz parte dessas questões como componente educacional, social e de qualidade de vida.
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Neste espaço pretendo colocar algumas opiniões a respeito de política, cidadania, educação, meio ambiente, enfim vou procurar abordar diversos assuntos, mas sempre de modo respeitoso com as opiniões contrárias, afinal a essência da democracia é a participação de todas as correntes de ideias, como já dizia Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."

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